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Somos todos iguais perante a conta bancária?Um breve conto.


Somos todos iguais quando temos dinheiro?


Um homem nasce pobre em um bairro distante. Ele tem um filho. Tanto ele como a esposa se matam de trabalhar, vivem de aluguel, e pagam as contas com dificuldades. Mas com muito afinco, ascendem economicamente até se tornarem “emergentes”. De assalariados, passam para comerciantes, e enfim, empresários. Mudam de bairro e finalmente dão ao filho uma educação de qualidade.


As amizades continuam as mesmas, mas agora eles convivem também com outros endinheirados. Frequentam festas cada vez mais glamourosas e se veem como privilegiados. Enfim, brindavam sempre a vida dedicada ao trabalho e o fruto de tanta dedicação para passarem aqueles momentos de glória. Era uma grande felicidade para aquela família de “pardos”.


Nessas festas, os papos eram sobre riqueza e poder, mas também sobre deslizes de filhos e netos. Um homem conta ao outro que o filho roubou um carro “por brincadeira” e bateu em um poste a 100 por hora. Não teve ferimentos graves, mas foi repreendido como deve ser. O outro conta que o sobrinho estava traficando muito e se fosse descoberto, não o acobertaria. Uma mulher diz que um grande amigo do filho estuprou uma sem-teto e ela, em contrapartida, doou várias cestas básicas para a comunidade onde morava, junto com a mãe do estuprador. E outra mulher relata que a filha já abortou duas vezes e cortou sua mesada.


O homem que outrora era pobre e agora saboreava as instâncias superiores, é convidado para uma dessas festas e leva seu filho de 15 anos. Todos comentam o quanto ele é vitorioso, e se vangloriam também de terem conquistado a duras penas os patrimônios que ostentavam, embora isso não fosse verdade. Herdaram fortunas. Mas que os seus descendentes não tinham tanto apego à labuta. E aconselhavam ao filho deste homem a seguir os passos de seu honrado pai.


A festa se desenrolava e o adolescente se sentia desambientado. Vagava pelos vastos cômodos da imensa mansão dos proprietários que patrocinavam o evento. Passou a ficar de olho em uma bonita garçonete, que parecia retribuir os olhares e era um pouco mais velha que ele. Foi então, que ele olhou para o chão e viu um objeto de brilho intenso. Ao se aproximar, notou que era um lindo colar de rubis. Admirava a joia e iria retornar ao salão para anunciar ao anfitrião que alguém havia deixado cair aquele adereço. Porém, observou em um canto próximo à cozinha a garçonete chamar-lhe. Ele guardou o colar no bolso e foi de encontro a ela. Após beijos e afagos entre os enamorados, notou que seu pai o procurava para irem embora. Ao se aproximarem da saída, o jovem foi revistado por um dos seguranças. Foi então que o empregado retirou de seu bolso o colar de rubis. O jovem havia esquecido completamente daquele conjunto de pedras preciosas. Foi então anunciado que o jovem teria furtado de algum convidado aquele ornamento. O pai estava sem palavras, todos os presentes olhavam o garoto com olhar de reprovação. Ele tentou explicar o ocorrido, mas suas palavras refletiam pouco convencimento. Foi então que ele foi levado à delegacia do menor infrator e no outro dia os jornais publicavam a notícia de que o filho do empresário fulano de tal havia tentado roubar a esposa de um rico industrial. O pai do rapaz contratou advogados para provar a inocência do filho. Em vão. O adolescente foi formalmente acusado de furto qualificado. A família emergente começou a cair em desgraça e o jovem passou a frequentar reformatórios. O empresário passou até a ser citado por possível sonegação de impostos. Era o principio do fim e de um provável retorno às origens da miséria.


Esse pequeno conto é totalmente fictício e talvez contenha alguns exageros. Mas pode ser um demonstrativo de que por mais que alguém se esmere em galgar os estamentos sociais, a marca de suas origens está impregnada e que sua vulnerabilidade social não cessa completamente com a acumulação de capital. Quando se tem conhecimento de que magnatas exploram até a alma para permanecerem ricos, ninguém liga. É um grande sapo que todos engolem. Mas a decepção de ver alguém a qual você espelha suas vontades se envolver em crimes dessa forma, é quase uma traição. Mesmo quando nem é crime, como descrito no conto acima. Porém, como diz o ditado, “de boas intenções o inferno está cheio”.


Mas e o filho estuprador da socialite? O ladrão de automóveis, filho de um latifundiário? O traficante sobrinho de um desembargador? Esqueça. O erro é uma proibição que não combina e nem acompanha alguém que continue tão visível quanto seu passado.


FONTE (IMAGEM)


https://www.educolorir.com/paginas-para-colorir-ricos-e-pobres-i28912.html



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