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O que aprendi com a preguiça e a impaciência


O segredo é o equilíbrio

Pode parecer contraditório, mas eu consigo ser, ao mesmo tempo, preguiçosa e impaciente. Normalmente, cada uma das sensações vem de maneira separada, porém, há vezes que sinto preguiça de fazer algo e impaciência por essa mesma coisa não ficar pronta. O ser humano é complexo, o que posso fazer?


O importante é que tanto a preguiça como a impaciência trazem importantes lições para mim. Elas me mostram meus limites ao mesmo tempo que me alertam de que posso ir além. Acredito que ser preguiçosa e impaciente promove um equilíbrio, uma vez que, se usadas a meu favor, as duas trazem resultados benéficos.


Por ser impaciente, gosto de ver as coisas sendo realizadas, e me movimento para que isso aconteça (isso tem a ver com meu mapa astral também, mas isso é papo para outro texto). Tenho mil planos na cabeça, mil ideias para colocar em prática, inúmeros textos para escrever. Gosto de pensar que posso fazer alguma diferença no mundo, e para isso preciso colocar a mão na massa. Isso é muito bom, até que pode causar estresse e cansaço extremos.


Mas aí entra em cena a preguiça para dar conta do turbilhão.


A preguiça, portanto, me ensina a parar. Sim, há muito a ser feito, mas sem saúde física e mental eu não vou a lugar nenhum. Ser preguiçosa me ajuda a contemplar o ócio, a observar e aproveitar os pequenos momentos. Enquanto a impaciência me empurra para grandes feitos, a preguiça me lembra da simplicidade. Respirar calmamente e conseguir ficar sem fazer nada em um mundo hiperconectado como o nosso é uma vitória. O perigo da preguiça é quando ela se estende por tempo demais, me fazendo esquecer das minhas obrigações e dos meus anseios.


Essa é a hora que a impaciência volta e o ciclo recomeça.


Pode parecer desconfortável viver assim, como se a inconstância fosse o terceiro elemento dessa equação. Não sei se essa dinâmica funcionaria para todo mundo — afinal, cada um é um mundo à parte. Do ponto de vista da minha experiência, posso dizer que não sinto como se fosse inconstante, mas que esses momentos distintos fizessem parte de uma harmonia maior. Conforme as circunstâncias mudam e o tempo passa, minha forma de agir e habitar o mundo se adequam, e ser impaciente e preguiçosa é fator fundamental para minha sobrevivência. Sem um desses dois aspectos, ficaria incompleta e seria muito mais difícil viver.


Mesmo que isso seja uma característica particular, o que quero deixar de mensagem é que, mesmo aqueles pontos que parecem mais negativos podem — e devem — ter utilidade. Basta que estejamos abertas para enxergar.



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