Pensar a educação no Brasil sempre foi um desafio. Mas se agravou a partir da chegada do governo Bolsonaro ao poder. Os cortes na educação pública e no financiamento a pesquisa já são uma realidade e eles comprometem bastante o desenvolvimento do país.
Em 2019 as universidades federais e os institutos federais sofreram um contingenciamento enorme. Não conseguindo custear salários de funcionários e elementos básicos como matérias de limpeza, água e luz; prejudicando bastante o funcionamento normal desses ambientes.
Em 2020, foi baixado um decreto que restringe a contratação de professores e funcionários técnico administrativos, nas Universidades. Refletindo na falta de docentes e na sobrecarga de outros. Mais uma vez um ataque vindo do Governo que tem o planejamento de desmontar setores como a educação e a cultura, ou seja, aqueles que devem reverberar senso crítico na sociedade.
Também em 2020, foi limitado o número de simpósios e congressos que os pesquisadores podem participar recebendo financiamento coletivo. Evidenciando a negligência que o Governo tem para com a educação e para com o próprio país. Afinal limitar esse tipo de encontro é uma reafirmação para limitar as discussões sobre as pesquisas, o desenvolvimento e a partilha delas.
Aqueles que vivem fora dos muros da Universidade podem pensar que essa instituição não serve para nada além de formar profissionais. Ou talvez nem isso já que o próprio ministro da educação a chamou de “balbúrdia”. Fato é que além dessa função, as universidades, principalmente as públicas, investem na pesquisa e ela que pode dar um retorno para a sociedade. Esse inclusive é um dos pontos a serem refletidos ao fazer um projeto de pesquisa, a função social.
A priori, as pesquisas no nível da saúde são as mais requisitadas, porque sem ela muitos remédios, muitas curas, muitas vacinas não teriam sido descobertas. Com o advento das epidemias, a mais recente é a do coronavírus, a pesquisa científica se tornou muito essencial.
Aqui no Brasil, pesquisadoras da USP conseguiram decodificar o genoma do CONVID-19 e isso só foi possível porque elas já tinham a metodologia conseguida em pesquisa relacionada com a Zika, em momento anterior. Logo, pode-se perceber a importância de se dar continuidade ao processo da pesquisa científica.
Para a área de ciências humanas, a importância da pesquisa é ainda mais desvalorizada, principalmente com a população não universitária ou universitária de outras áreas. Entretanto, o âmbito das discussões dessa área envolve a compreensão reflexiva do ser e estar do mundo, o bem estar, a compreensão de nação, de imaginário social, de educação, de leis. A pesquisa em ciências humanas reflete as relações humanas. Afinal não somos seres que vivem isolados e nosso mundo se modificou e se modifica a todo instante.
Sendo assim, investigar é de crucial importância para o ser e estar no mundo. Podendo literalmente salvar vidas ao mesmo tempo em que constrói projetos de urbanização, de saneamento básico e de compreensão através do imaginário social seja pela literatura, pelas festas populares e por outros diversos movimentos de cultura.
Nesse contexto, as Universidades estão no nosso cotidiano. Na palma das nossas mãos através dos celulares. Na nossa alimentação, pensando nos procedimentos de certificação alimentícia e de produção do alimento. A maioria do mundo ao nosso redor tem explicações científicas ou é fruto disso. Logo, a educação é essencial para a sobrevivência humana e para a evolução de uma sociedade. Defender a educação pública e a pesquisa científica com certeza é defender a sociedade e a si próprio.
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