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Brasil: Necropolítica em estado puro

Foto do escritor: Equipe SoteroprosaEquipe Soteroprosa


Depois de um período de silencio. De inspirar e expirar para digerir todos os acontecimentos, Tulipa Negra está de volta na última semana do mês. 31 de março é dia de memória. Dia do Golpe Militar que deu início a um dos períodos mais repressivos do período mais recente da história brasileira. Falaram em combater a corrupção, mas, na verdade, foram 20 anos onde avanços trabalhistas foram perdidos, o ensino público foi devastado e o que se viu foi repressão, perseguição e o assassinato da população, que o estado deviria proteger. Isso te lembra alguma coisa? Um povo sem memória não tem como compreender o presente.


Com o nó na garganta e pensando na responsabilidade do Estado sobre o genocídio da população brasileira, penso no ensaio Necropolítica publicado por Achille Mbembe filósofo, teórico político e professor universitário camaronês.


“Para Mbembe o colonialismo foi um momento de grande desestruturação dos limites entre a vida e a morte que proporcionou o silencio do corpo. Para ele os estados modernos, tem como objetivos o controle e a gestão da população como um novo recurso no qual retiram o caráter sagrado de tudo que se refere a vida. Achille Mbembe defende que os regimes políticos atuais seguem a estrutura de fazer morrer e deixar viver. Aponta, em Necropolítica, a coisificação e a mercantilização do ser humano, própria do capitalismo”.


No Brasil a Necropolítica têm endereço – as favelas, os bairros/as regiões periféricas e os conflitos agrários. Também tem densidade negra e dos povos originários. O Estado adota a política da morte e divide a população entre amigo e inimigo. Mesmo o policial, exercendo o papel de capitão do mato, também é vítima. Negro contra negro. Favelado contra favelado.


Em tempos de quarentena, a disputa entre os governos dos estados e o presidente do país mais uma vez demonstra a aplicação da Necropolítica no Brasil no seu estado mais puro. É morte através dos agrotóxicos, é morte pela não realização da reforma agrária, é morte pelo mercado das drogas. É morte por um vírus. Mas para quem tem memória histórica, não vemos nenhuma novidade. O Brasil colônia é Brasil genocida.


E como diz Mano Brown, na música Diário de um detento: “Minha vida não tem tanto valor quanto seu celular, seu computador; O ser humano é descartável no Brasil. Como o modess usado ou Bombril”.


Referências:

https://elpais.com/internacional/2019/07/09/america/1562688743_395031.html

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/31-de-marco-e-um-dia-para-lamentar/

https://ponte.org/o-que-e-necropolitica-e-como-se-aplica-a-seguranca-publica-no-brasil/


Referência de Imagem: Colagem manual realizada por Tulipa Negra e editada no Canvas.



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