Diz Bolsonaro:
"Esse inglês [Phillips] era malvisto na região, porque fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental, então, naquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele".
"Ele tinha que ter mais que redobrada atenção para consigo próprio e resolveu fazer uma excursão. A gente não sabe se alguém viu e foi atrás dele, lá tem pirata no rio, lá tem tudo que possa imaginar lá". [1]
Ao culpabilizar as vítimas pelo assassinato brutal que chocou o Brasil e o mundo, Jair Bolsonaro endossa a maginalização na Amazônia e, de quebra, retira do Estado a responsabilidade pela segurança pública. Isto tudo acaba por admitir que a região é uma zona em que inexiste proteção das autoridades públicas brasileiras. Cadê o Ministério do Meio Ambiente e seus orgãos vinculados? Cadê o Exército Brasileiro? Jaz ali, naquele contexto, uma verdadeira zona neutra para a bandidagem: grileiros, madeireiros e garimpeiros cometendo atividades criminosas diariamente. Qual regra ali é aplicada? A normalização da barbárie. É ir passando a boiada, como disse o ex Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Infelizmente os povos originários que la habitam, e todos aqueles que trabalham pela preservação do meio ambiente, pelas práticas e cultura local das tribos indígenas na Amazônia, ficam por si sós. Qualquer forma de ativismo e proteção ambiental, reportagem com investigação/denúncia e pesquisas científicas são demonizados pela deliquência moral em curso, de todos aqueles que continuam apoiando esse governo, e pela negligência institucional, que atende aos mais vis interesses políticos, ideológicos e econômicos.
Bolsonaro, além de ser um presidente da República que tenta governar pelo improviso, que só sabe atacar o Estado Democrático de Direito e todas as instituições que o compõe, além de não gostar de trabalhar e fazer campanha desde o início do seu mandato, retrata a mais cruel total insensibilidade pela existência da vida alheia. Vimos como ele procedeu durante a pandemia. Vimos como ele zombou das vítimas e do sofrimento das famílias que perderam seus entes queridos. Em nome de quê? Liberdade? Qual liberdade? Tudo isso deve ficar registrado nos anais da História!
Bolsonaro é um ser que não demonstra empatia, um mínimo de humanidade. O mais importante para ele é manter-se no poder a qualquer custo. A política é vista por ele e seus fanáticos numa relação de amigo - inimigo. Sua forma de atuação segue a lógica de guerra permanente. Seu anseio é o poder irrestrito.
Tantos foram mortos e esquecidos por essa nação enferma. Esperamos que Dom Phillips e Bruno Pereira não sejam esquecidos!
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