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Foto do escritorEquipe Soteroprosa

Lívia Nery e o som de Vulcanidades


Em 2017, eu estagiava em uma agência de marketing promocional. Era estagiário de produção. Posso não ter seguido no ramo, mas aprendi muito com meus superiores. Ensinamentos que levo até hoje.


Meu tempo como estagiário durou pouco. Mas me deixou lembranças que possuem um lugar especial na minha mente. Em especial, quando trabalhei em uma ação no festival Radioca, no Trapiche Barnabé.


Pois lembro que, enquanto ajudava na preparação para receber o público, os autofalantes tocavam músicas dos artistas que iam se apresentar naquela noite.


Dentre as músicas, tinha uma com graves muito bem trabalhados, contrastando com uma voz feminina bem suave com sotaque baiano presente. Fiquei curioso para saber qual grupo era aquele, autor da música que tomara os meus ouvidos.


O público foi chegando e o festival começando. Logo minha pergunta foi respondia ao som de “Vulcanidades”, e não só com nome, mas também com sobrenome: Era Lívia Nery.


Lembro que, assim que pude, fui correndo aprender essa música no baixo e ficava horas ouvindo enquanto estava no meu estágio. Desde então, procuro apresentar a música dela sempre que tenho a oportunidade. Afinal, estamos falando de uma cantora soteropolitana inteligentíssima.


Essa inteligência está presente no álbum "Estranha Melodia". Músicas extremamente bem feitas com letras belíssimas que, transmitem o cuidado com o qual foram feitas. Resumindo o álbum em poucas palavras, podemos dizer que, enquanto as letras poetizam o a vida, os instrumentos te levam para outra dimensão. Dimensão essa onde o tempo para e, de alguma forma, você se sente entre a Bahia e São Paulo. Onde as ondas do mar contrastam com o calor do asfalto.


Talvez seja porque esse álbum foi produzido em conjunto com a equipe de Curumin, músico da capital paulista. Inclusive, já fazendo uma pequena propagada, Lívia lançou um mini documentário sobre a gravação desse álbum.


Toda vez que escuto as músicas de Lívia Nery, dois pensamentos me vem a cabeça: o primeiro, é que a música baiana tem muita, mas muita coisa esperando para ser ouvida. E a segunda, é que a mesma música baiana tem se transformado, sem se esquecer de suas raízes. Inclusive, o sotaque dela junto com elementos eletrônicos reforçam minha fala.


A qualidade musical da cantora nos leva a uma reflexão, pois, enquanto o mercado fonográfico está cada vez mais midiático e menos musical, artistas como Livia nos lembram o que, de fato, é a musicalidade presente dentro de nós. O que nossa criatividade pode fazer quando combinada a notas musicais.


Infelizmente, ainda não tive a oportunidade de conversar com a Lívia Nery pessoalmente. Pois, além de expressar minha admiração de fã, gostaria de agradecê-la. Pois, sua música foi uma das obras que me lembrou qual a carreira que eu gostaria de seguir. E “Vulcanidades” se tornou presença frequente na minha playlist quando eu quero lembrar o porquê eu quis virar músico, mantendo, como diria a própria Lívia, a mente sã.


Link da imagem: instagram da cantora

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