Domingo à noite e milhares de lares brasileiros estavam com os olhos atentos a Rede Globo e seu programa de variedades, Fantástico. A motivação para tamanha dedicação noturna pré segunda-feira não foi a final de um reality show, a notícia sobre um vírus mortal ou mais uma reviravolta política. Era uma entrevista exclusiva, capaz de juntar as pontas de alguns nós soltos que estavam sendo espalhados pela internet nas últimas semanas.
Larissa Manoela, atriz, cantora e apresentadora, que começou sua carreira aos quatro anos de idade e que estava sendo apontada pelos seus pais como uma filha ingrata ao retirá-los do papel de empresários e guardiões do seu patrimônio, resolve falar pela primeira vez sobre o assunto, com declarações bombásticas sobre o conflito. Sua vida financeira era completamente controlada pelos seus pais, Silvana Taques e Gilberto Santos, ao ponto de ter que pedir dinheiro a eles (mesmo depois dos dezoito anos) até para comprar um “milho na praia”.
As declarações também deram detalhes sobre as empresas que os pais abriram para cuidar da carreira dela, com a apresentação de documentos, Larissa afirmou que, em um delas, ela tinha direito a apenas 2% da renda, mesmo sendo tão sócia do empreendimento quanto os pais. Apesar de todas essas provas, a atriz diz que não quer brigar com eles por esse assunto e afirmou que abriu mão dos seus R$ 18 milhões em patrimônio (algo que especialistas da área artística e de publicidade já confirmaram ser impossível ser o valor real acumulado por uma artista do tamanho da Larissa e com uma carreira de quase vinte anos).
Nas redes sociais, o assunto tomou grandes proporções, com famosos e influenciadores se compadecendo da situação de Larissa e expressando sua indignação pela situação vivida pela atriz e cantora. Uma delas foi a advogada criminalista e influenciadora Fayda Belo, que afirmou que a Larissa Manoela pode acionar a Lei Maria da Penha contra os pais, já que há indícios claros de violência patrimonial e psicológica contra uma mulher.
Essa pegada jurídica puxou um debate ainda maior, quando algumas pessoas passaram a sugerir que seja feita uma Lei Larissa Manoela, um projeto de proteção às crianças que trabalham no meio artístico, ou em outra área, e que tenham seu patrimônio monitorado por terceiros enquanto não alcança a idade adequada para cuidar da sua carreira e da sua vida financeira.
Não é de agora que escândalos desse tipo acontecem, seja no Brasil ou em outras partes do mundo, especialmente aqueles ligados ao universo hollywoodiano. Estrelas da Disney, atores e atrizes mirins, cantores e outras áreas artísticas sempre estiveram rodeados de fofocas sobre brigas entre familiares ou disputas judiciais sobre a divisão da fortuna da criança depois que ela cresce.
Eu, particularmente, estou lendo o livro de memórias da Jennette McCurdy, ex-atriz de iCarly, que possui um título, no mínimo, sugestivo: “Sou feliz depois que minha mãe morreu”. A obra é um conjunto de relatos, dispostos em uma linha do tempo, que revela fatos terríveis de controle, abuso e maus tratos que a atriz sofreu nas mãos da sua mãe, antes e depois de se tornar famosa, e que levou ela, desde de muito nova, a desenvolver problemas graves de saúde mental como TOC, anorexia, bulimia e outros transtornos.
Larissa Manoela resumiu o relato sobre seus pais no Fantástico ao abuso financeiro, sem adentrar em maiores detalhes sobre a dinâmica da relação. Mas, tudo indica que há muito mais por baixo do pano dessa família. Fontes já alegaram que eles controlavam suas atividades, suas roupas e outros aspectos do seu cotidiano, sempre levando em conta que estavam ali para cuidar do seu bem-estar.
Agora, muita gente vai ficar atento sobre as próximas etapas dessa história, sedentos por mais detalhes sobre o que Larissa Manoela viveu com os pais e se a postura deles, de se colocarem como inocentes e difamarem a filha, irá continuar. Quem sabe, daqui há alguns anos, haverá uma nova obra nas prateleiras sobre a vida da atriz e cantora com uma chamada bem direta e objetiva como: “Eu e meus 2%”.
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Espero que ela tenha maturidade pra seguir em frente sem os pais supostamente controladores,pois o mundo lá fora te devora com parentes ou sem parentes.