Você é quem você quer ser? Ou é quem os outros querem que você seja? Acredito que muitos aqui também passaram por esse dilema. E não é um dilema fácil.
Até porque, quando você escolhe a primeira opção, cada gesto, cada acontecimento, cada problema conta com juros. Afinal, você escolheu. Enquanto no segundo cenário, muitas vezes você recebe a compaixão da sociedade.
E isso é muito triste. Afinal, porque a pessoa que teve a coragem de ser quem ela quer ser, de fazer o que ela sempre sonhou é a mais julgada? Sempre achei que coragem fosse sinônimo de admiração. Afinal, na história só lembramos de quem teve coragem para ter personalidade e correr atrás.
E assim eu começo meu texto. Como um grito para as pessoas que sentem que vivem monitoradas em um jogo ao estilo Round 6, onde um erro custa sua vida.
A crise atual tá sendo uma "coleira" para muita gente. Queremos latir, correr, mas tem algo impossibilitando. No setor empresarial e artístico, a conversa é a mesma: Quem aguentou, ficou.
Pois, enquanto empreendimentos fecharam, instrumentos foram vendidos e carreiras foram relocadas. E a incerteza do que vem por aí ainda nos taxou de malucos por continuar tentando e investindo em "apostas".
Falando por mim mesmo, depois de começar a fazer meu pé-de-meia e começar a deixar de ser um "aventureiro" apenas, voltei a condição de contestado por muitos ao meu redor. Já perdi a conta de quantos "conselhos" eu recebi onde a meta era eu largar tudo e ir trabalhar em escritórios ou lojas. Não, meu amigo... não é assim que "a banda toca".
Enquanto tenho exemplos de pessoas que desistiram nas suas épocas e levantam infelizes com a vida, tenho exemplos próximos de quem continuou, mesmo com cenários desfavoráveis e conseguiu realizar os sonhos deles, o mesmo que os meus e até iguais aqueles das pessoas que desistiram.
Eu não sei vocês, mas prefiro me inspirar no segundo cenário. Pois é o cenário onde meus filhos vão me ver como inspiração na vida de deles. Ou até mesmo netos. Pois uma inspiração de vida que eu tenho é minha avó, que apostou na carreira de professora mesmo com muitos tentando cortar suas pernas.
Logo percebe-se que não precisa nem ser uma carreira nas artes. Basta ser algo que "não dê retorno imediato". Que não faça de você alguém com posses. Em outras palavras, para muitos, a sua vida é um negócio que você tem que vender, abdicar de tudo que algum dia sonhou para acabar vivendo na mesmisse.
Particularmente, eu acredito que esse não seja o sentido da vida. Passei a infância e adolescência toda sonhando com algo. Comecei a cursar direito e publicidade, e fui infeliz em ambos para lembrar de correr atrás em acordar feliz comigo mesmo.
E sei que minha história é similar a muitos aqui. Sejam artistas, empresários, ou qualquer outro que não tenha um emprego "padrão". Muitas vezes, o nosso caminho vai ser mais complicado. E isso vai nos fazer ouvir. E ouvir muito. Com poucos dando a mão para ajudar. Mas também devemos nos lembrar do que eu disse no começo do texto: Na história só lembramos de quem teve coragem para ter personalidade e correr atrás.
Imagem de capa:
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