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AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS ESTÃO ACABANDO COM A NOSSA COMIDA!


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E isso tem um significado científico mais profundo que você imagina, pesquisas recentes têm sugerido que o aumento do gás carbônico atmosférico e das temperaturas globais está silenciosamente sugando os nutrientes dos alimentos que consumimos. Isso tem se potencializado nos vegetais folhosos, como couve e espinafre, mas a longo prazo pode significar um problema de saúde pública envolvendo deficiência nutricional e aumentando as desigualdades, sendo um fator crítico para comunidades que já enfrentam problemas de acesso à alimentação saudável.


A maioria das pesquisas nesse campo do clima e dos alimentos têm se concentrado na produtividade dos cultivos, na colheita no tamanho dos vegetais e frutos resultantes dessas plantações em época de crise climática. No entanto, é preciso investigar também quesitos de qualidade nutricional dessas produções, pesquisadoras especialistas na área afirmam que as mudanças climáticas podem ter consequências devastadoras e irreversíveis em todos as plantas do globo, e isso afeta diretamente a humanidade.


A Dra. Ekele, uma das especialistas nesse campo, conduz suas investigações cultivando diversos vegetais típicos do consumo humano em ambientes controlados- onde se altera temperatura e nível de gás carbônico. A equipe de pesquisa monitora a fluorescência da Clorofila – processo relacionado com a fotossíntese e avalia a qualidade nutricional dos vegetais testados através de um experimento chamado Cromatografia Líquida de alta eficiência. Nesse procedimento, através de análise de raios X, são estimados níveis de açúcar, proteínas, vitaminas, antioxidantes e outros compostos de interesse nutricional humano.


A equipe está ainda em fase preliminar de testes, porém os primeiros resultados já sugerem que o aumento de gás carbônico está associado à redução de minerais essenciais e nutrientes importantes principalmente em vegetais folhosos. A equipe discute que esse cenário sugere um aumento no teor de açúcar nas plantações, com a diminuição de proteínas e antioxidantes, o que a longo prazo pode levar a sérias consequências para humanidade. Vegetais com baixo teor nutricional podem inclusive comprometer o sistema imune das nossas populações.


Vale ressaltar que ainda há muitas lacunas nessa linha de pesquisa ainda nova para a Ciência, porém algumas discussões importantes podem ser elencadas a partir daqui. No fator social, comunidades com baixo poder aquisitivo com certeza sofrerão mais – já que o acesso ao alimento já é desigual na humanidade, portanto populações mais pobres e marginalizadas estarão sob maior risco. Uma segunda questão é sobre racismo alimentar, no contexto de mudanças climáticas não serão as populações negras uma das mais afetadas com esses impactos. Uma terceira questão é o risco iminente de novas pandemias potencializadas pelo desastre ambiental (tenho textos discutindo essas questões no Soteroprosa) em sinergia com a baixa qualidade alimentar também provocada pelas mudanças climáticas.


De uma forma ou de outra, fica evidente que a questão ambiental não pode ser vista mais como um delírio, ou modinha de ambientalista, ela está tendo reflexo na nossa mesa. E quando se fala em alimento, toda uma discussão muito delicada e cheia de camadas nos envolve.


FONTE:


Society for Experimental Biology. "Bigger crops, fewer nutrients: The hidden cost of climate change." ScienceDaily. ScienceDaily, 10 July 2025. <www.sciencedaily.com/releases/2025/07/250709091658.htm>.


CLIMATE CHANGE LINKED TO DECLINE IN NUTRITIONAL QUALITY OF FOOD. EurekAlert!, 8 jul. 2025. Disponível em: https://www.eurekalert.org/news-releases/1089641. Acesso em: 15 jul. 2025.


IMAGEM: Tempo.com

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