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Foto do escritorCarlos Henrique Cardoso

...E GLAUBER BRAGA CAIU NA ARAPUCA DO MBL.




Corria a tarde de terça-feira 16 de abril no Congresso Nacional. Parecia mais um dia como outro por lá. Eis que uma grande confusão se forma: uma conversa tensa entre o deputado Glauber Braga (PSOL) e o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro evoluiu pra uma discussão feia e, por fim, empurrões e chutes do deputado colocando o militante pra fora do Congresso. Isso gerou mais um bate boca entre Glauber e outro deputado, Kim Kataguiri (UNIÃO) um dos fundadores do MBL no Departamento de Polícia Legislativa. Um dia após, o Partido Liberal (PL) protocolou pedido de cassação de Glauber, alegando que o deputado teria “atitudes corriqueiras” em quebrar o decoro e a ética parlamentar.


Bem, de cara já afirmo que a conduta de Glauber foi equivocada. Um parlamentar combativo como ele deveria ter inteligência emocional pra lidar com isso. Ainda não está claro como o litígio começou, mas Glauber alegou que esse membro do MBL o persegue continuamente e já há boletim de ocorrência contra ele por ameaças a mãe de um filiado do PSOL. Ele também teria falado alguma gracinha sobre a mãe de Glauber, que é portadora do Mal de Alzheimer. Além de tudo, esse mesmo Costenaro já foi acusado de agressão a uma ex-namorada ( a alegação dele é que a justiça já teria revertido essa acusação a seu favor). Enfim, um caso claro de assédio de um e destempero do outro. Nesse dia, Glauber estava bem descontrolado. Colegas seus o alertaram pra ele sair fora, o seguraram, mas por fim... deu no que deu.


O comportamento do parlamentar mostra claramente um basta para um individuo que pertence a um grupo conhecido por provocações a adversários ideológicos. Compreendo que o deputado chegou ao limite do suportável praticando essa agressão. No entanto, pela própria posição que ocupa, uma saída processual seria mais indicada, visto que era algo recorrente do agredido. O que resta é saber como isso estava sendo tratado nas instituições policiais. Se já existe B.O. contra ele, medidas protetivas contra o assédio moral não foram tomadas. Aí é que está o X da questão: o cara provoca, provoca, enche o saco, mas a coisa não avança na sua contenção. O resultado é que Glauber não aguentou a pressão e o MBL conseguiu o que tanto quer, que é desestabilizar “a esquerda”. Recentemente, outro membro do grupo se meteu em confusão com seguranças do PT após torrar a paciência da deputada Gleisi Hoffman com provocações.


Isso acontece também por uma falta de inciativa gritante do próprio Congresso que Glauber – por enquanto – atua. Uma lei contra importunação ideológica deveria já ter sido no mínimo discutida! Grupos como o MBL se alimenta da aporrinhação dos outros e da viralização virtual dos seus conflitos. Se houvesse alguma norma constitucional que proibisse gravações e monetizações após ofensas e mais ofensas proferidas por eles para o cidadão perder as estribeiras e revidar com socos e pontapés, dificilmente haveria grupos assim para proliferar essa parafernália! Se publicasse sem a permissão do filmado, multa! Continuou, derruba o vídeo! Persistiu, exclui o canal, o perfil, a página, o cacete! Mas conhecendo esse Parlamento ameaçador e intransigente, e que recorre muitas vezes à mesma prática por parte de alguns congressistas, só numa fábula da Disney pra isso acontecer!


Comum que cobranças aconteçam a algum eleito no qual você votou. Qualquer cidadão pode cobrar um vereador, por exemplo, que foi na sua rua e prometeu à comunidade melhorias da infraestrutura naquele local. Não correspondendo a promessa, procure-o e cobre, reivindique, afinal, confiou seu voto a ele. No caso em observação, é diferente. Procura-se atazanar o adversário, tirá-lo do sério, infernizar o juízo para que ele enfie a mão e o provocador saia chorando "buá,buá, ele me bateu". Que porra é essa??!!! Isso não existe, brother!


Nossa sociedade, anestesiada e alienada, vai caindo nessas artimanhas e se voltando contra as atitudes do deputado, quase que considerando que só existe uma agressão: a física. Se alguém filmar de sua janela um sujeito perseguindo o outro, nitidamente desferindo impropérios, e de repente o seguido lhe desfere um violento soco, o agressor é apenas um. O outro, é a vítima... E assim, é um “fator menor” o bullying, a injúria racial, a ofensa homofóbica... se não há testemunhas, como um individuo ofendido vai agir???? Olha que fase, gente! O ex-deputado Jean Wyllys saiu em defesa de Glauber. Ele mesmo, vítima de piadinhas infames a respeito de sua sexualidade, nos corredores da Câmara. Um dia, ele “explodiu” e cuspiu naquele que seria o futuro presidente do país, durante a sessão de Impeachment de Dilma Roussef. Esse cuspido aí passou a vida toda difamando quilombolas, gays, mulheres e a democracia e o que houve? Foi premiado nas urnas e quase é brindado de novo!!!! Chegamos na era no qual palavras e agressões verbais de nada valem!! Importune, xingue, fale a desgraça!! Cale-se! Aguente quieto! Tô suando... Deixa eu aqui beber uma água...


Difícil a situação do deputado Glauber Braga. Não prevejo uma boa saída pra ele. Caiu numa profunda arapuca. Enquanto isso, seus pares se cuidem. O grupelho vai querer levar mais um pro cadafalso.


FONTE:


 

 

IMAGEM: Metro1

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É como o MBL tem construído sua fama, se utilizando da importunação e falácia liberal. Assim como se aproveitaram das manifestações de 2013 para se alavancar.

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