“O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras”. Trecho de manifestação de Luís Roberto Barroso[1]
A última trincheira da democracia liberal é, em tese, a Suprema Corte. O problema é ser, ainda, uma instituição frágil frente aos grupos antidemocráticos espalhados mundo afora que estão conseguindo controlar a opinião pública. A extrema direita trabalha usando as redes digitais como forma de espalhar o vírus antiprogressista. Não podemos esquecer que, ao propagar supostamente valores sobre a liberdade, o que se faz é justamente afrontar a democracia.
Nenhuma liberdade pode ser absoluta. Só para imperadores, tiranos e amigos do tirano. Mas isso pouco importa para a extrema direita, hoje internacionalizada. E muitos operadores desse universo estão nas empresas, nas Big Techs, que estão mais preocupadas em expandir seus negócios, satisfazer seus egos (Elon Musk), e usar pessoas como cobaias, como meros objetos manipuláveis. Não há preocupação com a propagação de discursos que incitam ódio à democracia e minorias historicamente excluídas. Além de permitir desinformação, negócio, aliás, muito rentável. O desejo dessa elite é se divertir com seres humanos fazendo humanices, com experimentos sociais antiéticos que mexem, seriamente, com comportamentos - reforços psicológicos, dissonância cognitiva.
Esses grupos e organizações penetram nas redes, com ajuda de inteligência artificial, e se comportam como um poder molecular, rizomático, uma espécie de contaminação horizontal, lembrando a praga fúngica da série “Last of Us”.
Mas, o destino das democracias, caso as redes sociais não sejam regulamentadas pelos Estados, e isso quer dizer reafirmar o poder vertical do próprio Estado - Suprema Corte, Congresso e Executivo - perante as novas plataformas privadas, é o seu próprio fim.
“É impossível continuarmos no estado de coisas atual. As Big Techs se arrogam poderes imperiais. Descumprir ordem judicial, como ameaça Musk, é ferir a soberania do Brasil. Isso não será tolerado! A regulação torna-se imperativa ao Parlamento. PL 2630 SIM!” Deputado federal Orlando Silva.[2]
Infelizmente o ovo da serpente já se espalhou. Porque se os Estados democráticos retardatários começarem a regulamentar as mídias, o discurso dos extremistas é: "está vendo aí, eles querem tirar nossa liberdade de expressão, isso é censura, ditadura, Orwell tinha razão”. Toda a armadilha já está montada, inclusive com parte de uma suposta mídia endossando o discurso de censura contra a liberdade. Por isso é necessário um contra discurso contra a bárbarie moral e intelectual em curso.
Mais do que nunca, ou o Brasil reafirma medidas duras contra as Big Techs globais e mídias reacionárias, que espalham o veneno da extrema direita, ou não seremos um país autônomo.
___________________________
Fonte: IA Bing.
Notas
O que essa pessoa fumou?