Se a saúde auditiva vai bem, o que leva o outro gritar e você não escutar? Eu compreendo a atitude se o motivo é evitar uma discussão. Mas, o incômodo sempre surge quando se percebe que a tal liberdade de expressão é por conveniência.
A Constituição Federal no artigo 5.º, parágrafo IV, diz que é livre a manifestação de pensamento. No entanto, essa é a grande falácia. É óbvio que é mentira que você pode se posicionar. Ao escancarar essa verdade não estou defendendo fake News, discursos de ódio e falta de decoro. Porém, sigo pasma ao ver a reação de algumas pessoas ao se confrontarem com aquilo que idealizou. Se há crianças e adolescentes mimados, não se espante. Há adultos igualmente mimados. E, assim, saem desfilando pensamentos e falas chulas, e ainda outros mergulham na introspecção. O motivo? Você não agiu ou falou da maneira que eu desejara.
Logo, penso: deveria mesmo a liberdade de expressão ser por conveniência? Se o que você me diz é música para os meus ouvidos, viva a liberdade de expressão, mas se não é harmônico o seu dizer, o rotulo como um alienado (a) sem noção? Bem… sou consciente que essas reflexões geram um debate caloroso, afinal somos os mais bonitos, éticos e sábios. E, caso, a fala audaz seja de uma mulher, pode ter certeza de que o “grita que eu não te escuto” é real. A mulher lúcida é, muitas vezes, tida como louca, inconveniente e, diversas vezes, ao se posicionar, ainda recebe o silêncio como resposta, e ainda são vítimas do ghosting. Acrescente também a lista provocações em redes sociais. Sim! Adultos mimados precisam de atenção, então se tornam verborrágicos no meio digital.
Enfim! Eu sou uma negra livre e não serei mucama de ninguém. E você quem é?
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Link da imagem: https://www.ufrgs.br/sextante/o-despertar-da-autoestima/
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