O ator galês Sean Connery faleceu dormindo na madrugada do último dia 31de outubro, aos 90 anos, em um dos quartos de sua mansão hollywoodiana no arquipélago das Bahamas, no mar do Caribe. Connery foi um artista de sucesso, ganhou o título de Sir (Cavaleiro do Império Britânico, uma honraria de nobreza e reconhecimento, transformando-o em membro honorário da Monarquia) e realizou filmes como “Indiana Jones e a última Cruzada”(sendo o pai do protagonista) e um dos agentes de Eliot Ness em “Os Intocáveis”. No entanto, ele foi imortalizado como o agente secreto James Bond na retumbante série 007. O pioneiro!
O personagem foi criado em 1953 pelo escritor e jornalista Ian Fleming e se tratava de um espião especialíssimo do Serviço Secreto Britânico. O primeiro longa é de 1962, “007 Contra o Satânico Dr. No”. Um dos grandes requisitos desse agente é o charme e a elegância, e isso não passa despercebido por nenhum fã ou espectador da série. Todos os atores para vivenciá-lo foram escolhidos a dedos, tendo como base essas características louváveis do caráter masculino.
Quem assistiu as 24 películas do seriado (o vigésimo quinto aguarda data de lançamento) percebe como o bom vivant Bond experimenta todas as vantagens do “ser homem”. Ele percorre o mundo todo perseguindo seus inimigos sem descabelar, no bondinho do Pão de Açúcar ou pulando de um avião sem paraquedas, jamais deixando de lado a pinta de galã. Muitas vezes é bem recebido por pessoas influentes e repousa em locais de fina estampa. Não esquecer também jantares aristocráticos, tudo do bom e do melhor. O que nos faz observar que os grandes vilões não estão nas vielas nem becos escuros...
Possui armas discretas e disfarçadas, prontamente feitas para uso exclusivo. E os automóveis? Verdadeiras máquinas de poder, carrões que perfazem fantasias de garotos, garotões e idosos garotos. Dirigir aqueles possantes em alta velocidade é sonho de infância de muitos por aí. Já perdi a conta das múltiplas marcas que ele guiou, na busca de seus rivais, também proprietários de mansões e veículos a granel.
Mas o cúmulo da inveja é sua fama de conquistador. Não faltam belíssimas mulheres na sua cama. É aí que Bond é o fodão (literalmente). Quando surge uma beldade curvilínea, já se sabe que cairá nas garras do garanhão, é só saber qual momento do filme. Adivinhar em qual tempo de duração isso acontecerá rende até boas apostas entre amigos. Além do heroísmo, do garbo, das inúmeras qualidades a bordo de qualquer transporte, das hospedagens paradisíacas, ainda coleciona as mulheres mais sensuais das telas. É um pássaro? É um avião? Não. É um ícone perfeito da masculinidade suprema. Dá até pra fundar uma seita. Super-Homem perde.
Apesar dos filmes da série terem se iniciado nos anos 1960 – período revisionista na literatura, no comportamento e na política – a quimera masculina do esmero nunca está preparada pra arrefecer, mesmo nessa época ocorrendo uma maior transitoriedade entre o amor romântico e as relações mais autônomas e emancipadas (GIDDENS,1993). Pílula anticoncepcional, movimentos sociais, Direitos Humanos, nada disso parece ser suficiente para uma “virada” do questionamento masculino sobre seus defeitos. Nos tempos atuais, longos debates sobre o patriarcado, a pressão sobre as mulheres, misoginia, culturas de dominação (violência doméstica, feminicídio, “estupro culposo”) parecem não se sobrepor à positividade em ser homem, vide o ambiente social dos últimos anos e a crença em políticos virulentos e machões, sempre com exemplificações sexualizantes para emoldurar suas formas de pensamento. Apesar das fragilidades do mito masculino estarem em pauta e convicentemente rechaçadas, arquetípico James Bond não está marcado para morrer. Continua com permissão para matar, mostrando que, talvez seja cedo demais para dizer que o mundo não é o bastante e o amanhã nunca morre.
FONTE:
GIDDENS, Anthony, A transformação da intimidade:
sexualidade, amor & erotismo nas sociedades
modernas. São Paulo: UNESP, 1993.
Imagem: Revista Istoé.
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