O que seria Arte?
O que é Música?
O que se entende por Música boa?
Qual o propósito da Música?
Em tempos de absoluta descaracterização dos genuínos gêneros musicais nacionais, em detrimento de modismos midiáticos, híbridos "modernos" e popularescos, amparados e legitimados pela indústria cultural , que somente abre os olhos e sorri diante do apelo financeiro, me sinto impelida a iniciar esta série de breves artigos, sobre o papel e influência da arte e principalmente da música na atual conjuntura.
Segundo o dicionário Aurélio da lingua portuguesa, Arte seria ”atividade que supõe, a criação de sensações ou estados de espírito de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou renovação”.
Ainda segundo meu auxiliar, dicionário Aurélio, a definição simples de Música é “arte e ciência de combinar os sons de modo agradável ao ouvido”. Obviamente o termo “agradável” está intrinsecamente dependente do contexto geográfico, social e cultural do qual o “ouvido pensante” faz parte.
Levando em consideração nossos “ouvidos pensantes” e as definições do Aurélio, poderíamos inserir a atual produção musical, em voga, na moda, empurradas gorgomilos, abaixo de forma truculenta pelos veículos midiáticos, como arte?.
Hoje falarei um pouco , sobre o primeiro lugar nas recentes paradas radiofônicas, televisivas e “internéticas”, o sertanejo universitário, gênero em constante metamorfose.
A temática rural ou de amor ingênuo até platônico, foi substituído por letras de contexto urbano, amores voluptuosos, traições e vinganças do tipo “a fila anda”. Na base instrumental, viola e violão não mais prevalecem, sendo substituídos por guitarras e teclados, numa alucinada inserção ou apropriação de outros rítmos, como forró, pop, funk, arrocha, vanerão... Como profissional da voz, não poderia me abster de falar sobre o canto sertanejo, sua emissão vocal quase sempre danosa, por vezes gutural, pautada numa extensão demasiada aguda, além do limite salutar, causando prejuízo sério ao aparelho fonador. Mas agora, há ainda maior exagero, com cantores gritadores. Gralhas? Seria para contagiar o público? Será?!?
Agora é o seu momento leitor. Momento da sua análise crítica.
Quais sensações este estilo tão popular te provoca?
Essa Arte te transforma?
Essa Arte é descartável? Ou imperecível ?
Continuamos nossa conversa no próximo artigo. Inté!!!