*Por Edenbergue Lima Neres
O ano de 2023 se foi e 2024 começou em nossa Soteropólis. Jaz uma tradição 5 dias festa em preparação para o novo ano.
O dia 1º de Janeiro abre os festejos que ocorrem o ano inteiro e atraem filhos da terra e turistas.
O início do ano é tempo de fazer ou renovar promessas. Algumas são cumpridas outras não, mas o dia 1º de Janeiro tem um aspecto interessante, gente de vários credos cumprem fielmente com rituais e superstições. Embora ao longo do ano critiquem e tenham atitudes intolerantes pela fé do próximo.
Salvador é uma cidade famosa pelas praias, culinária, e o próprio povo alegre e festivo.
No entanto, o estereótipo do baiano preguiçoso e jogado na rede ainda é muito difundido, o que nem deveria acontecer, já que até mesmo para que os turistas possam curtir a cidade existe muito trabalho envolvido.
Também é preciso desmistificar que a Bahia é Salvador. A Bahia possui 417 municípios com sua característica, cultura e modos.
A nossa Soteropólis é linda, mas precisa abolir e extirpar o racismo nosso de cada dia. Nossa chaga social é velada, sorrateira e pode ser silencioso. Quando piscamos, está no meio de nós como o folião pipoca.
O discurso de somos todos iguais e o lugar mais negro fora de África não impede que os ataques e as rasteiras indiretas ou diretas sejam desferidos. Jorge Portugal e Lazzo Matumbi apresentam bem essa situação em Alegria da Cidade, e em 2024 continuaremos a falar e cobrar o reflexo de gente negra em vários locais da cidade.
A paz que muitos pedem ao iniciar o ano precisa começar no coração de cada um, com respeito e dignidade a vida. Desejar é um verbo de ação e está em movimento. A realização desses desejos envolve ações, e essas precisam ter como meta a promoção da bondade e do amor.
Na cidade do Salvador quantos são salvos? Quantas portas se abrem?
O ano é novo, mas não podemos permanecer com a velha roupa desbotada.
-----------------------------
* Edenbergue Lima Neres, licenciado em História, escritor e poeta. Instagram: eden.bergueneres
Link da imagem: https://observador.pt/especiais/salvador-da-bahia-a-cidade-da-cultura-negra-onde-ser-gente-ainda-e-privilegio-de-poucos/
Comments