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COM O SOL NA CABEÇA, LÔ BORGES PEGOU O TREM AZUL


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O Clube da Esquina (clique aqui para saber mais) é um movimento musical surgido no início dos anos 1970, misturando Beatles e a cultura de Minas Gerais, quando Milton Nascimento conheceu os irmãos Borges e juntos produziram aquele que é considerado o melhor álbum já lançado no Brasil para 162 especialistas, e um dos nove melhores discos de todos os tempos, segundo a revista americana Paste. Esse LP magnífico conta com a participação de Toninho Horta, Beto Guedes e o co-autor dessa obra prima junto com Milton: Salomão Borges Filho, que na noite do dia 2 de novembro de 2025, resolveu pegar o trem azul e partir pra longe. Viva Lô Borges! Quase que eu me esqueci que o tempo não para nem vai esperar...

 

 

Desde que comecei a ouvir a chamada MPB, o som do Clube da Esquina sempre me despertou um frescor sonoro, maravilhoso pra tocar no violão, num dia calmo e sem movimento, o sol na cabeça. E a música de Lô borges, um encanto artístico desse combo mineiro. Estava na janela lateral, do quarto de dormir, quando recebi a notícia de sua lamentável partida. É um dos meus artistas favoritos (embora pouquíssimas pessoas próximas saibam disso), com várias canções na minha playlist. Sabia que ele estava internado há dias e que passou por procedimentos clínicos que indicavam que o quadro era grave, mas também não imaginava que ele sumiria tão rápido desse mundo bom. Triste. Apenas para chover no meu piquenique...

 

Apesar de vários sucessos conhecidos, nunca foi reconhecido como um compositor dos mais populares do movimento. Beto Guedes, Flávio Venturini, e  - óbvio - Milton Nascimento levaram maior fama. O CE também não renovou seus quadros. Eu, pelo menos, não conheço nenhum nome identificado como um sucessor melódico dessa geração monstro nesse século XXI. Importante dizer que boa parte do cancioneiro deles praticamente parou nos anos 1980 - isso de acordo com meu próprio entendimento, não lá muito confiável. Mas nunca é tarde, afinal, sonhos não envelhecem.

 

Também não me recordo de qualquer anúncio de um show dele aqui em Salvador, e olha que eu era rato de eventos musicais há alguns anos. As músicas são eternas, atemporais, porém, corre estrada, gira mundo, e o prestigio dos mineiros ficou bastante restrito a um nicho bem, bem especificado. Fica mesmo as belas músicas de recordação, que continuarei ouvindo sempre que puder. Mesmo que muitos não conheçam seu trabalho, quem não cantou um trecho de “Paisagem da Janela” ou “Nada Será Como Antes”? Apesar do não reconhecimento nacional, seu adeus sideral foi notado sim!

 

É, Lô Borges... chegou de repente o fim da viagem, agora já não dá mais pra voltar atrás. Siga na sua viagem de ventania. E lá se vai mais um dia. Nessa noite equatorial, eu vou sair outra vez. Continuaremos aqui enfrentando a fúria dos leões, sempre plantando a esperança pra colher a paz que move nossos corações. Estamos todos com um pé nessa estrada. Qualquer dia a gente se vê.


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FONTE:


 

 

 

IMAGENS: Whiplash e Wikipédia

1 comentário

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Kaihany Assis
03 de nov.
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Uma das coisas boas da arte é que ela eterniza os bons! Que as músicas do Lô continuem a nos acarinhar.

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