Polly Moraes
Era um sufoco de borboletas no estômago. Elas estavam acumuladas por todo canal da garganta e esôfago. Engasguei ao tentar engolir saliva. Havia algo errado, meu bem. Eu sinto muito. Era demais pra mim e eu não consegui digerir a tempo. Até que tudo se transformou num vômito. Eu precisava colocar para fora, sem controle, só urgh. Deu ânsia. Sabe quando você bebe demais e não controla o momento e local que vai vomitar? Isso aconteceu comigo e, consequentemente, conosco. Eu queria ter controle sobre esse mal estar, mas não tive. Foi assim o meu jeito de lidar. Eu precisava me sentir bem comigo mesma de novo e só conseguiria depois de colocar tudo pra fora. Até você. E fiz. E senti. E sinto muito. Espero que o tempo faça com que tudo fique bem. Que a gente se encontre por acaso e se cumprimente; que eu possa ver de novo você comer picolé numa esquina enquanto me espera. Quero abaixar os óculos escuros para ter certeza que é você e dar um sorrisinho de canto.
Eu sinto muito. Com você eu aprendi que o amor não é o suficiente. Estou a semanas evitando tudo e todos que podem me perguntar sobre o que aconteceu. Tenho evitado até eu mesma. Agora que tive culhão de escrever isso, meus olhos estão marejados. Você é um cara legal. Não queria que tivesse sido assim. Mas foi, né? Espero que você não me odeie.
Com amor,Polly.
IMAGEM: Flickr
Lindo, Polly
Uma bela fonte de inspiração pra uma música!