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Foto do escritorFelipe Nascimento

ONDE YANKEES, SIONISTAS E NAZISTAS SE ENCONTRAM


Lula marcou um golaço ao comparar a ofensiva israelense na Palestina com o holocausto. Não só demarcou a posição política do Brasil no cenário internacional como ainda provocou um amplo debate na última semana sobre a política genocida do estado de Israel. Mais uma prova de como a fala do presidente ecoa – e que ótimo seria se ele utilizasse desse poder para politizar também os temas nacionais.

 

Outro ponto muito positivo foi o incentivo que ele deu para mais vozes progressistas se posicionarem. Sinto que a esquerda demorou demais para se manifestar, mas parece que agora muito mais gente está perdendo o medo de tratar o conflito pelo nome correto: um genocídio.

 

Agora que o tema está na roda, temos a oportunidade de olhar mais a fundo a política israelense, o nazismo, o sionismo, o antissemitismo, o colonialismo e como essas coisas se entrelaçam.


Nazismo e ocidente: realmente inimigos?


Comparar o genocídio palestino com o holocausto é correto na medida que ambos os fenômenos possuem a mesma motivação: o colonialismo. Nos dois momentos históricos, uma nação quis ampliar os seus domínios e, para isso, desumanizou um povo, tirou direitos políticos, expulsou dos territórios, criou justificativas para matar.

 

É claro que cada ação tem suas particularidades. Israel não criou câmaras de gás, mas cercar civis em uma área sem assistência médica, com insegurança alimentar e uma ameaça constante de bombardeio não é algo muito diferente de um campo de concentração.

 

No entanto, a gente não pode esquecer que mesmo o nazifascismo alemão não foi nem de longe o primeiro exemplo de ação colonialista no mundo. O diferencial desse momento histórico, na verdade, foi a Alemanha levar a seus vizinhos da Europa o que esses países fizeram há séculos em África, Ásia e Américas.

 

Muita gente não sabe, mas a inspiração de Hitler foi o próprio ocidente que depois o combateu. Na vídeo aula Modernidade, colonialismo e barbárie, Jones Manoel demonstra isso muito bem. O teórico mostra que há ampla bibliografia apontando que Hitler era um fã convicto do apartheid estadunidense e tinha na marcha a oeste o grande exemplo do que a Alemanha deveria fazer. Os Estados Unidos segregou a população negra, exterminou os povos originários, e Hitler queria simplesmente fazer o mesmo: uma grande Alemanha para os germânicos, eliminando judeus, eslavos, ciganos…

 

Então, no fundo, o que Israel está fazendo agora, com o apoio dos Estados Unidos, é a continuação do modus operandi ocidental de sempre. É como o holocausto, como o extermínio dos nativos americanos, como a partilha da África. Nesse ponto, os ocidentais, nazistas e sionistas caminham lado a lado.


Soberania nacional: um grande engodo


Acho chocante o maior genocídio em curso da nossa era ser promovido pelo estado nação representante de um povo que sofreu séculos e séculos de perseguições e quase foi exterminado na 2ª guerra. Mas é importante deixar claro: judeus são diferentes de sionistas. Como qualquer povo, judeus deveriam ter sua dignidade assegurada desde sempre, mas sionistas usam justificativas religiosas para expandir seus domínios e subjugar palestinos à base da bala.

 

Acontece que nossa organização geopolítica é simplesmente incompatível com um modo de vida que respeite as soberanias nacionais. O capitalismo sobreviveu e sobrevive até hoje com uma divisão clara entre o centro do sistema e a periferia, entre os que consomem e os que são consumidos. Foi gestado e se mantém para que uns 20 países prosperem às custas de centenas.

 

O nazismo alemão abalou essa lógica quando esse princípio se aplicou à própria Europa e fez todo o ocidente se mobilizar. Mas não se enganem. Os países do norte adotam o mesmo fascismo, apenas fantasiados de democracia liberal. O momento da vez é a Palestina, como foi e continua sendo África, Ásia e América. Nada garante que não será a vez do Brasil nas próximas décadas.


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Exatamente,Felipe. E quando a água tiver rareando (já está!) a colonização da água se dará por diversos pretextos e - pasmem (ou não) - com anuência de parte de nossa sociedade.

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